Apesar da ausência do nosso Skriba, esta saída não podia ficar submersa no esquecimento. Também é óbvio que a falta do nosso relator teria de ser por força maior. De facto, sou testemunha que o dia e a noite anteriores foram muito exaustivos. Doutra forma, tenho a certeza, que ele não perdia o dia da estreia do nosso equipamento.
Feitas as ressalvas, vamos ao que interessa.
Na realidade, o dia não convidava muito à saída e as muitas nuvens no céu ameaçavam uma descarga de água a qualquer momento. Mas ainda bem que S. Pedro teve-nos em conta (não fosse a nossa estreia com a nova vestimenta) e a ameaça não passou disso.
As faltas de Marcamano e do Ninja também se notaram. Ainda tentamos demover o primeiro da cama, mas ele estava irredutível e preferiu mesmo o aconchego do leito. «Como eu te compreendo Marcamano!». O segundo, conforme o Skriba, ainda tentou aparecer mas no entanto como a possibilidade de chuva era muita e sendo ele "vimaranense" era complicado aparecer para nada.
Para colmatar as ausências dos dois Bikenaturas habituais, tivemos a companhia, que também começa a ser assídua, do Kim e do Avelino.
Foram mesmo estes que tomaram as rédeas do pelotão (será que o Bat. está a ficar velhote????) depois de se decidir o percurso a seguir. A intenção era ir vermos as «ratinhas».
Saímos em direção a Famalicão através de Carreira, Bente, S. Paio de Ceide (onde o Kim nos deu a conhecer um trilho muito bonito que nos levaria quase à estrada Famalicão/Guimarães.).
Entusiasmado pela beleza, Riones, que detinha a dianteira do grupo no momento, dando de caras com uns caninos que o aplaudiam, não resistiu à emoção e prostrou-se quase diante deles. - Ó Riones! Eu sei que és exímio a biclar só com a roda traseira mas ainda tens que treinar muito para andar só com a dianteira, né.
Tenor, que me acompanhava a umas dezenas de metros mais atrás, apercebendo-se da situação, denunciou alguma apreensão, mas logo sossegou quando viu Riones a retomar a dianteira. Pudera! Tenor. Pai é Pai!
Atravessamos a estrada em direção a Gavião. Aqui, percorremos algumas ruas estreitas bem características da região e que nos levou até Mões.
Foi aqui que alguns Bikenaturas recordaram os seus tempos de juventude ao avistar a tasquinha/mercearia da D. Maria, conhecida por matar a sede a muita gente depois dos jogos de futebol no campo da localidade que, penso que seja o do Operário. Alguns confessaram mesmo ter necessidade de apoio alheio depois de lá se refrescarem e encharcarem para chegarem a casa.
Tiradas as fotos, o Kim seguiu caminho para Brufe e, quase sem nos darmos conta, entrámos na ciclo via onde nos acompanhou até Gondifelos, lamentando ter que nos deixar a partir daqui.
A partir daqui o nosso guia passou a ser o Avelino. E em boa hora ele fez questão de nos dar a conhecer um caminho bucólico ao longo da margem esquerda do rio Este. Não sem antes fazermos uma visita relâmpago à Santa Alexandrina.
De volta, Avelino embrenha-nos, então, por entre os campos de Balazar e o Rio que os banha onde nos deliciamos com a sua beleza fazendo mesmo esquecer os odores dos fertilizantes da região e que nos levou de volta à cilovia.
Foi durante este percurso que Querqus fez recordar a origem e os objectivos das nossas saídas domingueiras.
E lembrou muito bem que o objectivo principal era, essencialmente, usufruirmos da natureza que nos envolve mais proximamente. Que, apesar de já conhecermos grande parte da nossa região, ainda temos, com certeza, muita beleza para descobrir. Lembrou, também, que após termos criado o nosso blog, temos algum comprometimento com muitos dos nossos seguidores que, principalmente aqueles que sendo naturais da região, vivem, actualmente, longe daqui, tanto em Portugal como em outros países longínquos e que verão nas nossas páginas electrónicas uma forma de matar saudades da sua terra e actualizarem-se em relação a ela. Penso ser este o espírito que nos deve nortear.
Depois desta reflexão lembrei-me que mais uma vez a nossa intenção de visitar as ratenses saiu gorada. O que será que nos impele a não chegar lá? Deixo o dilema no ar.
Ainda vínhamos a contemplar a paisagem quando alguém lembrou que era hora de ir para casa.
Nestas circunstâncias, o Wolf, como o costume e a querer lembrar que o almoço estava à nossa espera, instala-se na frente a imprimir um ritmo brutal.
Andamos equipados durante 4h30 para percorrermos cerca de 57 km.
Sem comentários:
Enviar um comentário