Próxima saída sabado 26 Maio pelas 7,30 horas na Paluse .

domingo, 18 de julho de 2010

CABREIRA COM POSTAS, INCAUTOS E EMPENADOS

Em conversa com o TENOR, a família Carneiro demonstrou por diversas vezes curiosidade e uma enorme vontade em percorrer alguns dos trilhos e belos sítios visitados e retratados nos passeios organizados pelos BiKeNaTuRaS.

Alguns locais já eram conhecidos mas apenas de carro. E há muitos locais bonitos mas são de difícil acesso e distantes para percorrer a pé. Além de que não nos aventurávamos sem alguém capaz de conhecer a zona, ou com boa orientação para que não nos perdêssemos.

O convite foi um pouco inesperado. Mas foi aceite quase na hora e sem pensarmos se poderia haver dificuldades. A verdade é que não sabíamos bem ao que íamos e muito menos para onde.

Em momento algum as nossas bicicletas ou as nossas pernas foram tidas em conta. Mas o bichinho de partir para a aventura nem nos deixou ponderar sobre o assunto. Esquecemos a pedalada e as pernas já calejadas e rodadas do grupo habituado a trepar serras, montes, vales e passar rios, andar debaixo do calor, da chuva e mesmo da neve.

A nossa partida começou em Santo Tirso, bastantes horas mais cedo do que as normais para um Sábado que deveria ser sem um despertador a apitar ao mesmo tempo que os galos cantam e as galinhas cacarejam.

Já as nossas “burras”, como lhes chamam o grupo, aguardavam desde o dia anterior em casa do TENOR.

Lá chegados, ainda meios esgazeados e de olhar atordoado pelos raios de sol matinal, fomos atestando pneus e obtendo algumas indicações sobre o resto do grupo que não tardou a aparecer. A dada altura, sem que nos déssemos conta, o grupo surgiu com ar de quem ia para a festa, mas não para castigar o corpo. (Mal sabíamos nós o quão enganadora era aquela pose.)

Carga montada e acomodada na carrinha do BATEDOR, lá se deu a partida para Guimarães (terra que para nós parecia bem perto, mas tais foram as voltas que demos que dificilmente descobriríamos de novo como ele lá chegou). Aí, mais uma burra foi carregada, desta vez a do NINJA que ainda brilhava com a pintura fresca e que foi motivo para umas belas risadas.

Já na estrada, e convencidos de que seguiríamos em direcção à Serra da Cabreira pela estrada, o condutor resolveu uma vez mais seguir por caminhos e atalhos menos conhecidos, talvez para fugir à estrada principal e de alguma paragem forçada, receando quiçá uma vistoria às máquinas que transportava. Curiosamente, foi precisamente de encontro a uma brigada de trânsito que, como é óbvio, ao ver tamanha comitiva o mandou encostar. Pensamos que o passeio ficaria por ali, mas talvez porque estavam à espera de outro tipo de carga que não umas bicicletas de montanha (ou talvez receando a extensão da comitiva), lá nos deixaram partir sem grandes demoras em direcção a Salto, no concelho de Montalegre.

Na curta distância que ainda faltava percorrer, deparamo-nos com um autocarro que transportava uma passageira clandestina, procurada pelas autoridades internacionais. Percebemos, então, o porquê de uma Operação Stop num lugar tão recatado. Contudo, cremos que a dita “terrorista” logrou escapar incólume à captura, visto que o veículo onde seguia já havia transposto o perímetro de segurança imposto pela GNR, para deleite dos demais passageiros do autocarro.

A experiência do grupo ditou ser importante reservar um almoço no restaurante antes do inicio da aventura, pelo que este foi o primeiro passo a tomar: tratar do repasto para retempero das forças ainda antes de estas se começarem a esvair. Ficou, então, combinado o regresso da Serra para perto das 14h30.

Água às costas e um pequeno lanche e lá partimos serra acima.

Mau!!!! Pensava eu e talvez também o Carneiro, que já mostrava vontade de andar com a bicicleta à mão. “Logo a começar e encontramos esta bela subida? Hummm, ainda bem que estão perto os carros e fazemos já uma inversão à marcha.”

Mas não querendo dar parte de fracos lá seguimos calmamente atrás do grupo, que subia sem mostrar qualquer dificuldade e conversava alegremente, como se um motorzinho discreto fizesse o trabalho por eles.

Aos poucos fomos encontrando caminhos de terra batida, a serra, borboletas, pássaros e muitas, muitas vacas barrosãs com uns enormes e afiados chifres, além de muito verde que nos deixava encantados com a fantástica vista que os nossos olhos conseguiam alcançar.
                                                                          
Fomos subindo. Subindo.

Subindo…


Percorremos caminhos sinuosos. Aqui e ali parávamos para tirar fotos (menos do que as que me apetecia e com vontade de fazer fotografia a sério com uma máquina que fizesse justiça à beleza da paisagem), mas sempre preocupada em não deixar o grupo desesperar porque andávamos mais devagar e por nos perdermos em detalhes que os podia atrasar e aborrecer.
 
O Sol, esse, resolveu queimar-nos a pele que esquecemos de proteger (falta de experiência). Os nossos anfitriões estavam sempre atentos às nossas eventuais dificuldades e o Tenor ajudou por diversas vezes o Carneiro (que era o que menos experiente na arte de dominar a burra, porque força de vontade, essa, não lhe faltou nunca) com um empurrãozito nas costas, para que ganhasse velocidade e confiança enquanto lhe dava algumas indicações técnicas no uso das velocidades e dos pedais.

Quando ao DG14, esse, é um rapaz pacato e calminho. Pedalando certinho, sempre atento e prestável.

Se nós gostamos, foi ele sem dúvida o que mais usufruiu do passeio ao comprovar que é capaz destas andanças e aventuras e que quem domina a burra é ele e não ela, e que esta tem mais é que aguentar com ele em cima.



Depois de uma paragem para retemperar forças debaixo de umas árvores, bebendo e comendo um lanche ligeiro, e enquanto olhávamos e éramos observados pelas vacas que pareciam admiradas com os visitantes, lá voltamos a montar as “máquinas” e partimos de novo, já com o sol a castigar o corpo descoberto.


Passamos por uma pequena represa. A água é sempre uma tentação para mais uma pausa, mais uma incursão por atalhos e desvios, e até mesmo para mais uma alegre troca de opiniões sobre se há peixe ou as “ trutas” do QUERCUS. Brincadeiras que parecem ser habituais no grupo e que os une, denunciando que reina a boa disposição e a cumplicidade neste grupo.

Mas se até aqui já tinha havido dificuldades, o que será de dizer da fase seguinte? O relevo passou a ser verdadeiramente acidentado. No sentido literal da palavra, aliás. A primeira subida, digna de trepadores bastante capazes, revelou imediatamente um problema técnico na renovada burra do “NINJA”, que se viu obrigado a uma paragem forçada nas boxes.

Albufeira de Venda Nova
 A frescura e o vento proporcionado pela vertiginosa descida até às Minas da Borralha, foram sol de pouca dura e após uma breve visita às ruínas da mesma, nova subida dura. No topo da colina, a vista sobre a área da mina era magnífica e sentimo-nos gratos por ter tido coragem de enfrentar a subida, quer montados nas burras quer a pé.
Mas esta não tinha ainda sido a última provação. Crentes de que o pior já tinha passado, nada fazia prever um atalho que nos levaria por uma estrada, essa sim, verdadeiramente inclinada e que fazia das anteriores um simples aquecimento de iniciados. O calor àquela hora apertava com força, a respiração era difícil e as pernas já não tinham a mesma força de quando começáramos. Um desafio ciclópico.









No topo da mesma, largos minutos depois de a termos começado a abordar, soubemos que, apesar de com menor dificuldade, continuaríamos a subir até ao destino final: o abençoado restaurante.


Pelo caminho, ainda houve tempo para tentar transpor um ribeiro montados nas burras. Infelizmente, o caudal não permitiu tal feito, vendo-nos obrigados a carregá-las manualmente para a outra margem.

A chegada ao restaurante pautou o final da aventura. Não sem antes nos congratularmos com pratos fartos e dignos de banquetes. As pernas chegariam, porventura, a considerá-los a melhor parte do dia. E foi assim, animados e felizes por termos conseguido chegar ao fim, que terminamos uma magnífica viagem a pedal pelos trilhos e estradas da Cabreira.

Dida

As burras trotaram perto de 30 kms

Os BiKeNaTuRaS:

  e .

Os novos BiKeNaTuRas:



domingo, 4 de julho de 2010

1º PASSEIO TRILHOS COVENSES

Quando o nosso Scriba intitulou, no seu último relato, a nossa subida a S. Bento das Peras como sendo              “ O ÚLTIMO DESÍGNIO”, e me informou, aquando da descida, que aquela fora, efectivamente, o último e mais difícil monte que havia na região – a verdade é que não há Santo nem Santa, por mais alto que ele more, que os BiKeNaTuRaS não tenham visitado, isto devido ao fetiche por estas divindades que o nosso batedor tem – estava eu a dizer e a confessar ao Scriba que ainda não havia tido a oportunidade e, talvez, a coragem para os acompanhar na incursão ao monte de Santa Tecla.


Ora, não podia deixar fugir esta oportunidade quando soubemos que os Trilhos Covense iriam organizar o seu 1º. Passeio por trilhos desta região.
Estiveram presentes muitos betetistas, cerca de 160, integrados em diversos grupos e individualmente.

Dos 7 BiKeNaTuRaS, apenas estavam inscritos 4 (Presidente, Querqus, Scriba e Batedor). O nosso Ninja, por questões de logística, com certeza, não conseguiu vir. O Wolf e o Tenor, ainda marcaram presença na hora da partida e parte inicial do percurso mas, por razões de força maior (em relação ao primeiro estou a imaginar, por exemplo, um bom almoço, previamente marcado, que seria incompatível com a duração da prova prevista. Quanto ao segundo, havia festa na freguesia e a sua presença no coro era imprescindível, tendo que fazer jus ao pseudónimo atribuído cantando a missa na paróquia), dizia eu, não poderiam concluir a prova.

Feitas as formalidades, fomos tomar o nosso café ao bar da Associação.

Porque o sol já era quente e prometia aquecer ainda mais, não tivemos que esperar muto para que a organização desse início à prova.
   
A direcção a seguir foi o Monte das Oliveiras passando por algumas ruas de Ruivães e Novais, seguindo por trilhos verdadeiramente adequados para a prática da modalidade. Alguns convidavam mesmo ao beija-chão quando estamos imbuídos de algum afoito. Lembro-me de uma descida abrupta, colocada no socalco do monte que, só com alguma coragem e técnica poderia lograr-se. Apesar do incentivo que alguns mais novos e experientes tentavam dar-nos, a idade e a sensatez dos BiKeNaTuRaS emergiu e declinamos o apelo descendo com as nossas manas de mãos dadas. Gostei, em especial, de um trilho/caminho que nos levou encosta abaixo até à zona do Paraíso ensombrado por muitos carvalhos, passando ao largo da Estação Arqueológica de Delães.
   
Mas o pior estava a seguir, pois a partir daqui iniciamos a subida para Santa Tecla. Disseram-nos que a prova seria como um passeio domingueiro, mas não foi não. Bem sei que o sol estava abrasador e o calor era muito, talvez a nossa juventude já não seja muito nova, porventura, um pouco serôdia, mas achar aquilo fácil! …Puff. Só mesmo para os mais rijos que nós. Como desistir nunca fez parte dos nossos intentos a prova conseguiu-se e, como não podia deixar de ser, dentro do tempo regulamentar.

Agradecemos à organização por nos facultar estes momentos, tão quentes, tão sôfregos e ao mesmo tempo tão intensos de satisfação por nos permitir calcorrear e ciclicar por trilhos e caminhos, alguns por nós já conhecidos, outros não, embora todos com muita beleza. 


Saliento a boa informação na orientação do percurso e o cuidado que tiverem nas chamadas de atenção, sempre presentes, para as adversidades e perigosidade de alguns trilhos.

Claro que não podia esquecer as colaboradoras que, com a sua simpatia sincera e a subtileza dos seus olhares a reflectirem uma complacência e algum compadecimento pelos nossos rostos exauridos, nos disponibilizaram toda a atenção, para além da prestimosa água e fruta.

A todos o nosso obrigado e BEM HAJAM.
O Presidente


Os clits assaram durante 27 kms.

Os BiKeNaTuRaS

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e "os furas" :


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